julho 28, 2013

A comédia e o cérebro da criança



hales Vianna Coutinho
Psicólogo (CRP12/10175)
Personal & Professional Coach

Em meados do ano passado eu realizei uma palestra sobre a “Psicologia da Comédia”. Na ocasião, consegui filmar e disponibilizá-la completa no meu canal do YouTube (TVCChannelNews). Você pode assisti-la clicando AQUI. Lá, entre outras coisas, eu apresento evidências de que homens e mulheres respondem de forma diferente à comédia. Enquanto as mulheres tem uma maior tendência a achar graça nas coisas, os homens tem uma maior tendência a ser engraçados. E isso se dá devido à seleção sexual.
Acontece que há duas semanas foi publicado um artigo na “Social Neuroscience” descrevendo os resultados da primeira pesquisa a identificar que o cérebro de homens e mulheres processam de forma diferente o humor, desde a infância, utilizando como sujeitos de pesquisa crianças e jovens com idades entre 6 e 13 anos.
Os resultados demonstraram que o cérebro das meninas apresenta uma ativação maior de regiões como o córtex temporo-parietal bilateral, mesencéfalo e amígdala durante o processamento de uma cena engraça, o que faz com que elas processem o humor de uma forma muito mais intensa. Os meninos processam a comédia de uma forma diferenciada, não tão fortemente atrelada ao circuito de recompensa. Essa diferença parece não se dever ao aprendizado, mas sim à biologia em si.
Segundo a hipótese da seleção sexual mencionada no primeiro parágrafo, o cérebro feminino está configurado para associar mais fácil, rápido e intensamente a comédia com o prazer, porque o "senso de humor" sempre foi um sinal importante no homem, no momento de selecioná-lo como parceiro.


Referência:

VRTICKA, P. NEELY, M. SHELLY, E. BLACK, J. REISS, A. Sex differences during humor appreciaton in child-siblings pairs. Social Neuroscience, vol. 8, issue 4, 2013.

julho 20, 2013

O FUTURO SAQUEADO.

“O Futuro Saqueado”

O Futuro Saqueado - Mário Sérgio Cortella
Olá, Mentes!
Hoje trago para a leitura de vocês (um pouco longa, confesso, mas ótima!), um capítulo do livro Não Nascemos Prontos! Deste moço da imagem, Filósofo e Dr. em Educação Mário Sérgio Cortella, que admiro muito. Conheci suas palestras e logo que pude, adquiri o livro que traz como sub títuloProvocações Filosóficas. Bem, no mínimo nos faz pensar um pouco, ou melhor, repensar algumas lógicas que já estão impregnadas na nossa sociedade como paradigmas, ou até mesmo que ainda não tínhamos parado um minuto para pensar… A propósito, recomendo sua leitura!
O capítulo que trago, nos remete para um futuro que não estamos dando chance de acontecer, principalmente para nossos jovens que, em contrapartida estão encontrando a sua maneira para viver a vida, interpretando de forma errônea o tão conhecido “Carpe Diem”… Culpa nossa? Talvez!
Sem mais, desfrutem!!
O Futuro Saqueado:
“Estamos vivendo um saque antecipado do futuro! Parece alarmista ou, até, piegas, mas continuamos esboroando e furtando as condições de existência para as próximas gerações depois da nossa. Essa é uma situação inédita, pois, durante toda a trajetória evolutiva e histórica da espécie, a grande preocupação de qualquer comunidade humana vinha sendo garantir a continuidade e a melhoria das estruturas de manutenção da vida para os descendentes.
A questão central nesse saque não é exclusivamente a materialidade da situação, isto é, a degradação do meio ambiente e dos recursos naturais, dado que, ainda que de forma incipiente, disso estamos cuidando.
O  fulcro da problemática é, isso sim, os adultos admitirmos e promovermos o apodrecimento das esperanças nas novas gerações. A elas vimos negando o futuro e, com facilidade, ouvem de nós aterradores prognósticos. (Não haverá futuro! Não haverá emprego! Não haverá natureza!). Também desqualificamos o presente e o passado delas. (Isso não é vida; vocês não sabem brincar! Vocês não tiveram infância! Isso que vocês comem é porcaria! Isso não é música, é barulho!)
A tudo isso se dá um ar de fatalidade que indica a crença na impossibilidade de alterar essa rota coletiva; por isso, as novas gerações começaram a acreditar no mais ameaçador perigo para a convivência gregária e a solidadriedade: O individualismo exacerbado. A regra passa a ser a exaltação descontextualizada do carpe diem escrito por Horácio nas suas Odes; deixa de ser um “aproveita o dia”, entendido pelo poeta latino como sinal de equilíbrio e virtude moderadora, e passa a ser um “curta tudo o que puder, no menor tempo possível, pois só há um horizonte: a vida é breve e sem sentido e nada nos resta a não ser o momento”…
Não é casual que haja um aumento desproporcional de jovens (cada vez com menos idade) que desvaloriza a vida, começando pelo desprezo pela própria integridade física e mental; são vítimas fáceis das drogas fatais e do álcool sem medida, proporcionadores de felicidade (ou fuga) momentânea. Claro, desse modo, sem futuro, o presente fica insuportável; o grande Dostoievski escreveu em O idiota que “não foi quando descobriu a  América, mas quando estava prestes de descobri-la, que Colombo se sentiu feliz”.
Vive-se, além de tudo, uma sociedade consumista, na qual a mínima possibilidade de sentido fugaz encontra-se na posse, mesmo que circunstancial, de objetos que são anunciados como sendo os portadores do segredo da felicidade. Crianças bem pequenas perderam a capacidade de brincar sozinhas, com um maravilhoso universo imaginativo e abstrato, no qual, nada material precisava adentrar; agora elas têm “necessidades” inseridas nelas pela nossa inteligência adulta e veiculadas por uma mídia que nem sempre se preocupa com o papel formador que desempenha.
Há uma estonteante presentificação do futuro que pode sequestrar a compreensão da vida como história e processo coletivo, fazendo, por exemplo, que com o terceiro milênio ocidental recém-iniciado,  ele será todo vivido e passado já; fala-se no terceiro milênio como se ele fosse esgotar-se nas próximas décadas.
Não dá para supor um eterno presente; mesmo o fictício Dorian Gray, com o quase perene retrato, pagou caro pela sua ganância vital; nessa obra, Oscar Wilde fez aviso premonitório para quando algumas máscaras caírem: ” As crianças começam por amar os seus pais; quando crescem, julgam-nos; algumas vezes, perdoam-lhes”.”
 FONTES:
CORTELLA; M. S, Não Nascemos Prontos! Provocações Filosóficas. Petrópolis, RJ. Vozes, 2012

julho 07, 2013

Educação...

A metamorfose da educação na existência humana
A educação é o meio privilegiado de educar o ser humano para a vida e para a cultura. Educar é libertar-se da natureza bruta e buscar a consciência de si e, portanto, da própria existência. Sem educação humanizada e crítica não há metamorfose humana, mas sim manipulação e fantochização da razão.
Nós temos que fortalecer em primeiro lugar, a nossa disciplina em termos da educação para a vida e para uma relação ética e saudável. Educar para a verdade e para a liberdade é o desafio nos próximos 20 (vinte) anos, pois no Brasil necessitamos de refundar nossos valores e essa transformação passa profundamente pela educação. Não basta construir escolas, não basta equipá-las com eficiente tecnologia, sem antes cuidar do coração e da consciência humana, pois aí habita a fonte dos desejos e das vontades.
Vamos erguer a bandeira da educação e tornar a nossa nação num povo letrado e sábio perante a vida e resposável pelo seu desenvolvimento, mas antes é necessário ser honesto nas pequenas coisas e cuidar para que não nos deixemos levar pela corrupção e pelos caminhos largos da perdição moral.
Educação e liberdade da consciência e ação reflexiva e relacional na busca de espaço social mais humanizado e compreensivo para se viver e conviver.
Educadores de todo mundo, univos em pról da educação e da verdade a respeito de nossa condição humana pessoal e social.
Texto copiado do Blog Logos e Eros ( Não colocaram autoria)